quinta-feira, 11 de julho de 2013

Renato repete "aulas" de Espinosa e readota "treinos fantasmas"


São dois anos de diferença entre a primeira passagem e a atual. 
Mas o técnico Renato Gaúcho não mudou muito seus conceitos sobre futebol. 
O esquema tático segue o mesmo. 
O discurso de afago aos jogadores também se assemelha ao anterior. 
A metodologia de trabalho segue a mesma, também: o comandante retomou no Grêmio os treinamentos sem time adversário, algo comum para nomes como Mano Menezes, Tite e Valdir Espinosa, treinador de Renato na equipe gaúcha e que diz ter sido um dos precursores no uso - compara a orientação à aula no quadro do vestiário. 
Espinosa, inclusive, conta que foi 'cornetado' por um torcedor nos idos anos 80, pela falta de time reserva nos trabalhos.
O ex-treinador do Grêmio garante que usava tal método repetido por Renato Gaúcho desde sua passagem pelo clube em 1986, quando Renato ainda estava no Tricolor calçando chuteiras e levando perigo aos adversários dentro do campo. 
Em entrevista, Espinosa revelou o que um gremista gritou para ele, na saída de um treinamento no suplementar, em tom jocoso: "Sem ninguém para jogar contra é fácil".
O fato é que, com Espinosa e Renato, estão nomes vencedores do Brasil. Tite, campeão de tudo com o Corinthians, é adepto deste tipo de trabalho - faz sempre na véspera das partidas. 
Gilson Kleina também faz no Palmeiras. 
Mano Menezes, atualmente no Flamengo, usa este tipo de treino também. 
Dorival Júnior, Oswaldo de Oliveira e Celso Roth também costumam utilizar isso no trabalho. 
Técnico anterior do Grêmio, Vanderlei Luxemburgo fazia pouco tal tipo de atividade. 
A ideia é posicionar os jogadores como se fossem os 'botões' do quadro do vestiário. 
Tal qual a 'aula' na preleção. 
Segundo Espinosa, facilita o entendimento dos atletas. 
Faz com que os companheiros se conheçam dentro do campo e aumentem o entrosamento. 
Treinador e também auxiliar de Renato, o técnico diz que foi um dos primeiros a adotar tal trabalho no Brasil.

"É como se estivesse no quadro no vestiário, mostrando os botões. Transforma-se os jogadores nos botões. Eles vão ter uma visão melhor, um aprendizado melhor. E aí tu já vai corrigindo. Foi a partir disso. Pensei em transformar esses botões nos jogadores em campo. E tirei os adversários. É importante porque define as jogadas, os movimentos, e a partir daí as coisas acontecem. Para eles assimilarem movimento e posicionamento do time", comentou o técnico campeão do mundo pelo Grêmio em 1983 em entrevista.

Grandes protagonistas da situação, os jogadores aprovam o tipo de treinamento-fantasma. 
Renato posiciona sua equipe em uma metade do gramado de jogo. 
O goleiro faz o lançamento em direção aos zagueiros Werley e Bressan. 
Um deles domina e começa as jogadas do campo. 
Nesta quarta, Renato deu ênfase aos movimentos ofensivos pelo lado direito.

"Já tive a oportunidade de trabalhar dessa maneira, quando trabalhei com o Dorival no Atlético-MG. Trabalhei muito essas situações, o Renato gosta de fazer muito também. Semana passada fizemos e fizemos de novo ontem (quarta). Vamos crescer muito, visando sempre a parte tática. Acredito que todas as funções vão evoluir com ele", destacou o zagueiro Werley.

O elenco gremista retoma os trabalhos na tarde desta quinta-feira, no Olímpico. 
Renato deve montar novamente a equipe que enfrenta o Botafogo, no domingo, às 16h, na Arena. 
O comandante não pode contar, nesta quarta, com a dupla de volantes Souza e Adriano. 
A tendência, porém, é que ambos treinem já nesta quinta.

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