Integrante do meio-campo ideal gremista - embora ele mesmo prefira não rotular -, que retorna na quarta-feira aos campos com a camisa do Grêmio, o volante Souza está de bem com a vida em Porto Alegre.
Adaptado e já há mais de um ano no clube gaúcho, o camisa 5 pede cuidado com as jogadas longas do Santa Fe, na quinta-feira, no El Campín, onde o Tricolor define a classificação para as quartas da Libertadores, e exaltou o retorno da dupla Elano e Zé Roberto.
Em entrevista, o volante falou sobre a preparação na Colômbia e como o grupo gremista está encarando a partida de oitavas de final na competição continental, após cair na Sul-Americana do ano passado justamente no mesmo estádio para o Millonarios.
Desde uma pressão inicial, revelada pelo treinador Wilson Gutierrez, até um jogo mais contido, ele resume:
"Temos que estar preparados para tudo".
A equipe gremista está encaminhada com o retorno de Werley na defesa.
O time de Vanderlei Luxemburgo terá Dida; Pará, Werley, Bressan e André Santos; Fernando, Souza, Elano e Zé Roberto; Vargas e Barcos.
Com a vitória por 2 a 1 na primeira partida, os gaúchos tem a vantagem de empatar na Colômbia.
Quem for adiante do duelo pega o Real Garcilaso nas quartas de final.
Você falou que a volta da dupla Elano e Zé traz medo aos adversários. Eles fazem o time andar?
Eles também trazem qualidade técnica, é claro. Mas trazem mais. É inegável o respeito que eles impõem nos adversários. São anos de carreira, belas passagens pela Seleção Brasileira, Copas do Mundo. Eles levam isso para o campo quando entram para jogar. Temos que aproveitar a nosso favor e dar suporte para que joguem da melhor maneira possível.
Que importância tem também em uma decisão a formação de um setor tão vital ao time voltar a ser a tida "ideal"?
Entendo a sua pergunta, mas formação ideal é a que entra em campo. Sofremos com essa questão de manutenção de equipe. Todos os times sofrem, na verdade. Uns acabam conseguindo repetir mais que outros, mas no nosso caso tem sido difícil por lesão, suspensão, convocação. Importante é repetir, independente de quem entra.
Os técnicos citam muito que com o tempo os jogadores se conhecem "só de olhar". Você já tem esse tipo de entrosamento com o Fernando?
Jogar com o Fernando é fácil, porque ele tem vitalidade, combate, força. Consegue chegar na frente e ajudar atrás. A gente se entende bem. Até porque atuamos juntos há bastante tempo.
Como tem sido esses dias na Colômbia?
Tem sido um período de adaptação. O primeiro dia de treino foi bem puxado, em dois turnos, para exigir bastante da turma mesmo. Depois já treinamos em apenas um período para poder relaxar. A programação está boa. Quem comanda sabe como fazer. Cabe a nós cumprir tudo, descansar bastante e depois jogar.
Na sua avaliação, qual o maior cuidado que o Grêmio precisa ter? (Bola aérea, chutes de fora, velocidade dos atacantes...)
Tudo isso junto (risos). Acho que as jogadas de longa distância deverão ser bem estudadas e treinadas. Me refiro a cruzamentos, lançamentos, chutes de longe. A trajetória da bola varia muito pode trair a defesa. Mas tudo deve ser bem observado.
Que postura vocês esperam do Santa Fe e como o Grêmio deve se portar?
A única coisa que temos de certa é o cenário: eles estão em desvantagem, precisam marcar gols, jogam em casa e têm a altitude a seu favor. A partir daí, temos que estar preparados para tudo. Desde um ataque sufocante nos primeiros minutos até uma recuada estratégica para que a gente abra espaço. Em qualquer alternativa, precisamos valorizar a posse de bola, trocar muitos passes e aproveitar as oportunidades de gol.
Vocês analisam a chave do Grêmio? Muitos dizem que é fácil...
Só diz isso quem não está na chave. Espero que o Nacional não tenha pensado isso...
A Libertadores tem um bicho-papão, um clube que está se destacando?
Faz tempo que parei de acreditar em bicho-papão (risos). Mas o Atlético vem jogando um futebol de força e velocidade. Começa a pressão no campo do adversário e força o erro. Tem qualidades individuais em bom momento. Chegaram com força no mata-mata.
As críticas ao Cris servem de motivação para o grupo?
As críticas fazem parte do futebol. Para qualquer jogador. Estamos acostumados. Temos que seguir em frente e mostrar nosso valor.
Você deixou o Brasil cedo para a Europa. Fernando pode rumar este caminho no meio do ano. Ele chegou a pedir alguma dica, ou vocês pretendem falar sobre isso no futuro?
Boa pergunta. Mas deixo para o Fernando responder (risos). Conversamos muito sobre tudo. Ele é um cara bom de papo, com boas ideias.
De longe, tem acompanhado a situação do Vasco? Qual sua avaliação?
Não consigo avaliar por estar tão longe do dia a dia. Tenho uma relação muito forte com o clube, porque foi lá que comecei, foi quem abriu as portas para mim. O Vasco acreditou no meu futebol. Pelo tempo que fiquei lá, fiz grandes amigos, torço por eles.
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