terça-feira, 25 de junho de 2013

Jardel


Mário Jardel Almeida Ribeiro, conhecido como Jardel (Fortaleza, 18 de Setembro de 1973), é um ex-futebolista brasileiro que atuava como atacante. Famoso pelos seus gols de cabeça, é ídolo no Grêmio, onde foi campeão e artilheiro da Libertadores da América de 1995. Teve ainda uma passagem marcante pelo futebol português, onde jogou por Porto e Sporting, fixando-se como um dos maiores artilheiros mundiais na sua geração.
Jogador formado nas escolinhas do Ferroviário, Jardel destacou-se nos juvenis do clube e, antes de ser profissional, despertou o interesse do Vasco, que adquiriu o seu passe por 27.500 dólares, em 1993. No clube carioca, conquistou o bicampeonato brasileiro de juniores. Na mesma época, participou do Mundial Sub-21, na Austrália, pela seleção brasileira, sagrando-se campeão. De volta ao Brasil, assinou o seu primeiro contrato profissional com o Vasco, embora seguisse atuando junto a forte equipe de juniores formada em São Januário.
Em 1993, foi o artilheiro da Taça Belo Horizonte de Juniores, com onze gols, e da Copa São Paulo de Juniores, com nove gols.
Seu primeiro título como profissional, ainda atuando como reserva, foi o Campeonato Carioca de 1993. Na reta final do Campeonato Carioca de 1994, Jardel ganhou finalmente a titularidade. Carente de atacantes após a morte prematura de Denner, o técnico Jair Pereira apostou no então jovem atacante, que acabou o torneio com 17 gols, dois deles na final diante do Fluminense. Conquistando o título e a artilharia, chamou a atenção do Grêmio, que na época voltava a ser protagonista no futebol nacional após a conquista da Copa do Brasil no ano anterior. Acabou emprestado ao clube gaúcho, onde integrou a extensa lista de reforços da equipe tricolor que disputaria a Libertadores da América em 1995.
No Sul do Brasil, Jardel caiu nas graças da torcida e do técnico, Felipão, que montou um esquema tático especial para o atacante. Formando uma dupla de ataque afiada com o veloz Paulo Nunes e contando com os cruzamentos precisos de Francisco Arce e Róger Machado, Jardel fez correr o mundo a sua fama de bom cabeceador, na campanha que deu ao Grêmio o seu segundo continental. Terminou a competição artilheiro máximo, com doze gols. No final daquele ano, ainda seria vice-campeão mundial pelo Grêmio, sendo derrotado nos pênaltis pelo Ajax de Edgar Davids, Clarence Seedorf e Edwin Van der Sar. No ano seguinte, Jardel sagrou-se campeão da Recopa sul-americana ao vencer o Independiente por 4x1, marcando o terceiro gol da sua equipe.
Para ficar em definitivo com o jogador, o Grêmio teria de pagar 1,2 milhão de dólares ao Vasco, valor considerado alto para a época. A diretoria do clube conseguiu arrecadar somente 10% deste valor e o artilheiro, ídolo da torcida, acabou sendo vendido ao Porto, deixando o Grêmio, que seria campeão brasileiro em 1996.
No Porto, Jardel conheceu alguns dos maiores êxitos da sua carreira. Foi vencedor da Supertaça Cândido de Oliveira na temporada 1996/97, tricampeão português em 1996/97, 1997/98, 1998/99 e vencedor da Taça de Portugal em 1997/98 e 1999/2000. Foi quatro vezes artilheiro do Campeonato Nacional, em 1996/97 (30 gols), 1997/98 (26 gols), 1998/99 (36 gols) e 1999/00 (38 gols). Em torneios internacionais, marcou quinze vezes em 24 partidas. Essa profusão de golos foi em parte creditada a simbiose estabelecida junto ao lateral esquerdo Drulovic.
Tantos gols pelo Campeonato Português acabaram levando Jardel ao posto de principal artilheiro da Europa. Em decorrência disso, foi campeão da bota de prata em 1997, da bota de ouro em 1999 e da bota de bronze em 2000, além de ter recebido do prêmio de maior goleador da Europa dado pela revista inglesa World Soccer.
Em 2000/2001, despediu-se do Porto e rumou ao futebol turco. Marcando cinco gols logo na estreia, destacou-se pelo Galatasaray, anotando 24 gols em 22 partidas naquela temporada, levando o clube ao vice-campeonato nacional e ao título da Supertaça Européia. Por repetitivas lesões e por problemas extra-campo, sua relação com o clube de Istanbul acabou sendo curta. Na temporada seguinte, foi negociado com o Sporting.
De volta ao país onde havia colhido tantas glórias, Jardel reencontrou o seu grande futebol. De 2001 a 2003, foi Campeão Português, vencedor da Taça de Portugal e Campeão da Supertaça. Marcou 42 gols em 30 jogos na temporada 2001/2002, recebendo novamente bota de ouro.
Tanto sucesso fez despertar uma série de especulações sobre o artilheiro, entre elas, o interesse de grandes clubes europeus pelo seu futebol. No entanto, nenhuma negociação se concretizou. Provavelmente frustrado com isso, o jogador passou a ser desleixado, ganhando peso e perdendo a forma. Após oito temporadas atuando no futebol português, Jardel viu outro jogador ser artilheiro do campeonato nacional: Fary, jogador do Beira-mar.
Em 2003, sob má fase e sem clima para continuar em Portugal, Jardel transferiu-se para o Bolton, onde jogou apenas sete partidas, sendo repassado logo em seguida ao Ancona, onde jogou apenas quatro partidas e não convenceu a comissão técnica devido ao seu condicionamento físico bastante irregular.
Em 2004 tentou se transferir para o Corinthians, chegando a aceitar uma hipotética redução salarial. Acabou não sendo contratado, novamente por questões físicas. Acabou sendo emprestado ao Palmeiras, onde sequer entrou em campo. Dispensado dos treinamentos para acompanhar o velório de sua avó em Fortaleza, Jardel não voltou a entrar em contato com o clube paulista e acabou sendo dispensado por indisciplina exatamente no meio da temporada.
A partir daí, uma porção de clubes ao redor do mundo passou a apostar no jogador tentando trazer de volta os seus grandes tempos de artilheiro. Primeiro, foi o Newell's Old Boys onde jogou três partidas. Em 2005, foi para o Deportivo Alavés, onde não chegou a jogar. Ainda em 2005, treinou por três dias no Nancy, da França, antes de ser anunciado como novo reforço do Ankaraspor, da Turquia. Porém, Jardel atrasou-se para viajar e a equipe turca não conseguiu inscrevê-lo a tempo de disputar o campeonato nacional. Acabou dispensado logo em seguida, sem sequer entrar em Campo. Passou ainda por Goiás, Beira-Mar, Famagusta e United Jets sem apresentar grandes melhoras.
Em entrevista ao programa Esporte Espetacular, em abril de 2008, Jardel abriu o jogo revelando que havia usado cocaína nos últimos anos e que talvez fosse esse o motivo do jogador ter perdido o seu condicionamento físico. No entanto, afirmava estar curado do vício e otimista quanto ao andamento de sua carreira.
Em 2005, aos 35 anos, firmou um contrato de cinco meses com o Criciúma. Estreou no dia 5 de agosto de 2008 em pleno Estádio Heriberto Hülse em Criciúma e, aos 23 minutos do segundo tempo, marcou o segundo gol do time na vitória de 3x2.
No final da carreira, teve ainda breves passagens por Ferroviário, Flamengo (PI), Cherno More, da Bulgária, Rio Negro e Al-Taawon, da Arábia Saudita.
No dia 12 de dezembro de 2009 participou de um jogo de despedida do, agora, ex-goleiro Danrlei. Jardel fez parte do time Grêmio de 1995, que enfrentou os Amigos de Danrlei. A partida terminou 4x3 pro time de 1995, com Jardel marcando 2 gols. Antes do jogo comemorativo, Jardel deu entrevista afirmando que ainda pretende encerrar a carreira no Grêmio.
Jardel, aposentou-se em 2011.


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