Eles são irmãos e atendem pelos nomes de Guilherme e Matheus.
Ou pelo
sobrenome Biteco, oriundo de Bitencourt.
O apoiador Guilherme, de 19
anos, e o volante Matheus, de 18, podem ser considerados realidades no
Grêmio.
Passaram a ser utilizados com frequência por Renato Portaluppi –
são dez e seis jogos, respectivamente, no Brasileirão – e provam, dia
após dia, que a persistência dá resultados.
A história dos
Bitecos, oriundos de uma comunidade de Porto Alegre, no Grêmio começou
há 12 anos, quando um olheiro gostou do que viu em uma quadra de futebol
de salão.
Dois dias depois, uma segunda-feira, Guilherme, então com
sete anos, e Matheus, com seis, eram aprovados para a escolinha do
clube.
As dificuldades existiram e foram superadas.
Dois anos após
ingressarem na escolinha, eles aprenderam a ir para os treinos de
ônibus.
O dinheiro da família era curto.
Com a ajuda do influente
empresário Jorge Machado, as condições melhoraram.
Guilherme e Mateus já
"se pagam", como costuma dizer Seu Jorceli, pai dos irmãos que atuam no
time principal, de Gabriel, de 14 anos, considerado a "Joia" dos irmãos
(veja abaixo), e de Gabrielle, de 15 anos, que sonha ser modelo.
"É
muito bom servir de exemplo para os que são da comunidade como nós.
Eles não podem desistir nunca. Quem faz as coisas certas, Deus vai
abençoar um dia", destacou Guilherme.
"Ficamos
felizes pelo o que a gente tem hoje. Olhar para trás e ver o quanto a
gente sofreu, luta que tivemos... É seguir dando continuidade. Nada é
impossível. É trabalhar muito e buscar os seus sonhos", disse Matheus.
Seu Jorceli, orgulhoso dos filhos, também prega a
cautela.
Sabe que eles estão apenas no começo de suas carreiras.
"Todo
pai gostaria de viver esse momento, ver os sonhos deles se realizando.
Mas chegar é até fácil. Difícil é se manter."
Um terceiro Biteco: Gabriel
Guilherme
e Matheus são facilmente reconhecidos pelo torcedor gremista.
Mas ainda
há um terceiro Bitencourt que joga bola e no qual também se deposita
grande esperança: o caçula Gabriel, de 14 anos, do time juvenil do
Grêmio.
Ele é visto pelo pai como um "Ronaldinho melhorado".
"É, de
fato, diferenciado. Joga fácil", aponta Seu Jorceli.
Mas Gabriel ainda não é o craque dos Bitecos.
Terá de "pegar muito ônibus", assim como destacou o pai dos Bitecos:
"Os
melhores ainda são Matheus e Guilherme, que já se pagam. O Gabriel só
poderá ser o melhor quando se bancar. Tem que ter responsabilidade com a
família, com o colégio, dentro de casa... Temos uma planilha com todas
as atividades dele, como lavar a louça, por exemplo. Ainda vai ter que
andar muito de ônibus (risos)."
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