Por: Cristofer Mattos
Foi pornográfico, horroroso.
O
Grêmio precisa encontrar forma de acelerar a recuperação da herança
deixada por Vanderlei Luxemburgo, que é péssima.
Sobre três aspectos:
tática, técnica e física.
São doenças graves para as quais Renato
Portaluppi não tem encontrado os remédios.
O trabalho do ex-preparador Antonio
Mello foi bastante precário.
É verdade que a pré-temporada curta em
função da pré-Libertadores contribuiu para que os atletas não tenham
tido o tempo necessário para se preparem adequadamente para toda a
temporada.
Para evitar o vexame, o Grêmio fez uma preparação para um
jogo na altitude em janeiro.
O trabalho para este jogo é diferente do
restante da temporada.
Sobrou para aquela partida, faltou para o resto
do ano.
É a velha lógica do cobertor curto.
Com a troca de
comissão técnica, houve uma intensificação na preparação física,
carregada na força. Resultado: Zé Roberto estourou.
O grupo gremista
está com as pernas pesadas.
É como se estivesse em início de temporada,
mas atuando contra adversários que estão voando fisicamente – do mesmo
modo que no início do Gauchão as equipes do interior igualam as forças
com a dupla Gre-Nal pelo melhor estágio físico.
Perna pesada é
sinônimo de erros de passes, que geram falta de confiança, que se tornam
em instabilidade, que resultam em partidas como as de ontem contra o
Coritiba.
O Grêmio perdeu quase todas as divididas e rebotes para os
atletas do Coxa.
Isso não é por acaso: falta explosão física ao grupo.
É preciso muito cuidado nesse momento para evitar o “ninguém serve” e o “tudo está errado”.
O problema não é tão simplesmente técnico.
Tire
Pará e Adriano, que de fato estão muito abaixo tecnicamente, e se
escale outros em seus lugares e os resultados não serão satisfatórios.
O
que menos o Grêmio precisa nesse momento é de um pensamento mágico.
É
essa concepção que sobrecarrega garotos como Maxi Rodríguez que entra no
segundo tempo com a missão de salvar a pátria.
Não irá.
Indefinição Tática
O principal
é uma questão de definições de time e modelo de jogo por Renato.
O
grupo não dispõe de jogadores com características para jogar fechado e
explorar a velocidade em contra-ataques, como tentou o treinador.
Os
jogadores são lentos.
Como não haverá modificações no elenco, Renato
precisa encontrar uma forma de adiantar em campo o time que dispõe.
Marcar mais à frente, para encurtar o espaço a ser percorrido por
volantes e laterais, é uma alternativa.
Só que para isso precisa ter
explosão física, o que ainda não há.
É uma situação delicada.
De
qualquer modo, é preciso treinar um esquema e repeti-lo.
Não pode Renato
em sete jogos adotar quatro formações distintas.
Futebol é repetição,
sequência.
Aos poucos, os atletas vão percebendo a falta de convicção
tática do treinador e ele pode perder o controle do grupo, o que
conquistou a duras penas após a herança negativa que recebeu de
Luxemburgo.
É
possível que o ano esteja perdido em termos de título.
Mas sempre há
como rever ideias, impô-las e fortalecer o time.
Renato está fazendo os
testes e vai encontrar o time e a escalação.
Mas mudar toda hora não é a
melhor escolha.
Só que o tempo e a tabela são seus principais
adversários.
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